segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O primeiro negro campeão de futebol no Brasil

O primeiro negro campeão de futebol no Brasil


Joaquim da Silva Prado - 1909
AHSP - Acervo fotográfico do
Arquivo Histórico de São Paulo


Por Moisés Cunha


    A rica e ilustre família Prado em São Paulo deu bons jogadores para o início do futebol paulista. O ponta-esquerda Joaquim da Silva Prado defendeu o Paulistano nos primeiros anos do século XX. Integrou o time campeão estadual de 1905. O jornalista Mario Filho o retrata no livro "O negro no futebol brasileiro": “Ninguém no Fluminense pensava em termos de cor, de raça. Se Joaquim Prado, winger-left do Paulistano, quer dizer, extrema-esquerda, preto, do ramo preto da família Prado, se transferisse para o Rio, seria recebido de braços abertos no Fluminense. Joaquim Prado era preto, mas de família ilustre, rico, vivia nas melhores rodas. Era uma espécie de Cônsul carioca em São Paulo. Anunciava-se lá uma temporada de um clube daqui, Joaquim Prado, sem ninguém falar nada com ele, tomava as providências (...) Se morasse no Rio, jogaria no Fluminense. Escolheria o Fluminense naturalmente. Não só porque era um clube de gente fina, como ele, mas, também, porque era um clube de homens feitos, como ele. De responsabilidade. Joaquim Prado só ficaria bem no Fluminense”.

    Não existia nenhum tipo de proibição explicita para barrar a presença de afrodescendentes nos clubes filiados à Liga Paulista de Foot-Ball.



Club Athletico Paulistano - 2º team - 1902


Club Athletico Paulistano – 2º team – 1903 



    No livro “DO FUNDO DO BAÚ – Pioneirismos no Futebol Brasileiro”, de Laércio Becker, 2012, Joaquim aparece entre os jogadores no empate Paulistano 1 x 1 São Paulo Athletic Club, em 19 de junho de 1904, e em 1905, jogando o Campeonato Paulista na vitória do Paulistano por 3 a 0 sobre o Mackenzie, em 13 de maio.

    Em imagens do 2.o team do CA Paulistano de 1902 e 1903, Joaquim aparece no time, e em 1902 Joaquim aparece em notícia do Club Athletico Ipiranga, junto com os irmãos Juvenal e Mario. Em minhas pesquisas encontrei também Joaquim Prado jogando pelo 2.o team do CA Paulistano e sendo um dos destaques, na vitória por 4 a 1 contra o 2.o team da AA das Palmeiras em 5 de junho de 1904.

    Em 1902, 1903 e 1904, no campeonato da Liga Paulista de Foot-Ball, o São Paulo Athletic Club, time da colônia britânica de São Paulo foi campeão; em 1905 na Bahia no dia 10 de setembro termina o primeiro campeonato sendo campeão o Clube Internacional de Cricket, time da colônia britânica de Salvador. Em 1 de novembro de 1905 termina o 4º campeonato paulista sendo campeão o Club Athletico Paulistano.

    Por ser campeão paulista com o Paulistano em 1905, Joaquim Prado é o primeiro jogador negro a tornar-se campeão no Brasil.

    Como narra Wilson Roberto Gambetta, em "A bola rolou: O Velódromo Paulista e os espetáculos de futebol, 1895-1916", “Joaquim Prado e seus irmãos eram mestiços, filhos da ex-escrava Benedita Maria da Conceição. Armando, Mario e Juvenal disputaram campeonatos pelo time do Sport Club Internacional. O caçula Joaquim Prado, foi futebolista, jogou pelo Club Athletico Paulistano, primeiro no 2.o team desde 1903 e depois no 1.o team a partir de 1904 até 1907 e foi também membro da diretoria do CAP, 2º Tesoureiro em 1909 e 1º Tesoureiro em 1910. O pai dos quatro rapazes, o fazendeiro e turfista Eleuterio da Silva Prado, era primo do conselheiro Antonio Prado, foram amigos desde a juventude, contemporâneos no curso de direito, companheiros em viagens de estudo pela Europa, sócios fundadores do Jockey Club e dirigentes da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. A descendência mestiça de Eleuterio foi omitida pelo linhagista Silva Leme, autor que só registrou em seus estudos genealógicos as uniões legitimadas pela Igreja Católica. A sua obra informa que Eleuterio Prado morreu solteiro, quando na verdade ele teve dois casamentos informais e oito filhos".

    O Club Athletico Paulistano com Joaquim Prado também enfrentou o Fluminense Foot-Ball Club em 1905 e o Botafogo Foot-Ball Club em 1909.


Fluminense x Paulistano - 1905
Acervo Museu de Imagem e Som de São Paulo
A Bola Rolou pág. 149


Primeiro e Segundo quadros do Paulistano em 1907
Joaquim é o quinto sentado no primeiro quadro (uniforme branco)
Revista Esporte Ilustrado de 3-3-1955
Imagem publicada em: https://historiadofutebol.com/blog/?p=92212


    Joaquim era o caçula da família, nasceu em 5 de julho de 1886 e faleceu em 15 de fevereiro de 1961, com 75 anos, era casado com Yolanda Canova da Silva Prado e trabalhou na área de investigação da Polícia de São Paulo.

   


Bibliografia

Becker, Laércio - FUNDO DO BAÚ – Pioneirismos no Futebol Brasileiro, Campeões do futebol, 2012 – 2ª edição atualizado.

Gambeta, Wilson – A Bola Rolou: O Velódromo Paulista e os espetáculos de futebol, 1895 – 1916, São Paulo, SESI-Editora, 2015.

https://historiadofutebol.com/blog/?p=92212

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Hydecroft um pioneiro do futebol brasileiro

Hydecroft em São Paulo - 1908
       
            
            O Colégio Hydecroft foi um dos pioneiros do futebol no Brasil já em 1900 o futebol era anunciado como parte do seu currículo, juntamente com Cricket e Ginástica.


Anúncio do Hydecroft College em São Paulo - 1900


Anúncio de match do Hydecroft no Correio Paulistano de 6 de abril de 1902.

Foot-Ball
          Realizou-se hontem ás 2 horas da tarde, no campo 
            do "Hydecroft College, um match de <foot-ball> 
              entre este collegio e o collegio Anglo-Brasileiro, 
     sahindo vencedor o primeiro por dois <goals> contra um.



Em 1909 o Ginásio Hydecroft foi transferido para a cidade de Jundiaí.

Propaganda do Hydecroft - 1909



              O Hydecroft Fooy-Ball Club tem como data de fundação o dia 31 de dezembro de 1913, porem em 1909 já aparece jogando.


Anúncio de match do Hydecroft no O Commercio de São Paulo de 21 de agosto de 1909.




Anúncio de match do Hydecroft no Correio Paulistano de 6 de novembro de 1909.



            
            Em 1913 houve uma cisão no futebol paulista, havendo desde então 2 campeonatos organizados por duas ligas diferentes, a APEA e a LPF.

             A LPF, resolveu aceitar a participação de um clube do interior do estado - algo inédito, pois até então só clubes da capital participavam do Paulistão, e, no passado, os únicos clubes não-paulistanos no campeonato foram da Cidade de Santos no litoral.

           O Hydecroft Foot-Ball Club formado por alunos do Ginásio Hydecroft disputou a Liga Paulista de Foot-Ball em 1914.
             
               Foi o primeiro clube do interior do estado a disputar o Campeonato Paulista.
              Jogou todas suas partidas no Parque Antártica, porem depois de 8 jogos com 2 vitórias, 1 empate e 5 derrotas abandonou o campeonato e seus pontos não foram computados.



Time do Hydecroft - 1914



Por Moisés Cunha

sexta-feira, 10 de julho de 2020

11 de julho de 1948 - Apresentação da Maquete do Estádio do Guarani




Por Moisés Cunha


Na manhã de 11/07/1948 (domingo), foi apresentada a maquete do futuro estádio do Guarani Futebol Clube em Campinas. Na mesma tarde, no “Estádio Guarani F. C.”, na rua Barão Geraldo de Rezende, o Bugre venceu o "Derby Campineiro" por 4 a 3 pelo Campeonato Paulista da 2ª Divisão.


Mundo Esportivo (RJ) - 15/07/1948


No dia seguinte, na redação do Correio Popular, o jornalista João Caetano Monteiro Filho esperava um clichê da foto da maquete para completar a matéria sobre o novo estádio. Ao ver a forma circular e a beleza do novo estádio, lhe veio à mente um brinco, e como Campinas era conhecida nacionalmente como a “Princesa d'Oeste” escolheu o título: Brinco de ouro para a “Princesa”, publicado em 13 de julho de 1948. Posteriormente, o jornalista voltou a se referir ao estádio como “brinco de ouro da princesa”, nome que acabou sendo adotado oficialmente.


Correio Paulistano (SP) - 15/07/1948

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Aspecto de como seria o novo Estádio do Guarani 



quinta-feira, 23 de abril de 2020

São Paulo e Rio F. B. C. campeão da Liga Sportiva de Foot-Ball 1914

São Paulo e Rio F. B. C. campeão da Liga Sportiva de Foot-Ball 1914
Revista O MALHO (RJ)  - 08.05.1915


LIGA SPORTIVA DE FOOTBALL (LSF) – 1914
Participantes
The Brazil Athletic Club (de Bangu)
Dous (Dois) de Junho Football Club (do Caju)
Mayrinck Football Club (do Rocha)
Rio Branco Football Club (das Laranjeiras-Catete)
São Bento Football Club (do Centro)
São Paulo-Rio Football Club (do Centro)
Real Grandeza Football Club (de Botafogo)
Club Athletico Vera Cruz (do Catete)
 
Campeões:
1° Quadro: São Paulo-Rio Football Club, cores: verde e branco.
2° Quadro: São Paulo-Rio Football Club, cores: verde e branco.

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Revista O TICO-TICO (RJ) - 02.12.1914


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                                                                                                           Moisés Cunha

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Pré história do futebol brasileiro - Petrópolis.

Esse pode ter sido um dos primeiros campos de futebol do Brasil


"Futebol no Colégio São Vicente de Paulo em Petrópolis"

Em Petrópolis, dirigido por padres lazaristas (Vicentinos), o Colégio São Vicente de Paulo, em 1896 ou 1897 conheceu o futebol, o padre espanhol Manoel Gonzales trouxe de Paris o sport que vinha fazendo sucesso na Cidade Luz.

Nessa época o padre junto com dois empregados, José Bento e Mariano, arranjaram um couro de boi, curtido mesmo com pelos, e fabricaram a primeira ou uma das primeiras bolas do Brasil, a "Peluda".

No recreio duas balizas eram armadas e os jogadores divididos em número igual para cada campo - vinte, trinta ou quarenta.

Em dois anos mais ou menos as condições do jogo melhoraram bastante, já se conheciam algumas regras, dois elementos se destacavam dos demais, Mario Paranhos e Miguel Frias, em 1899 ou 1900 um jogo público foi realizado no outeiro da Igreja onde hoje (1939) se ergue a Catedral de Petrópolis.



O Globo Sportivo RJ - 22.07.1939 - pag.4





sexta-feira, 10 de abril de 2020

Excursão do Guarani ao Chile em abril de 1955.

Palestino x Guarani em Santiago no Chile
O avante Perez do Palestino chuta, Palante corta de cabeça, James e Henrique observam. (Imagem A Gazeta Esportiva - 23.04.1955)

Em 1955 o Guarani realizou sua primeira excursão internacional, de 10 a 24 de abril, foram 6 jogos no Chile com 3 vitórias, 1 empate, 2 derrotas, 11 gols pró e 8 gols contra, saldo de 3, sendo que um dos jogos foi um jogo treino, a derrota para o Bata por 2 a 1.

Os adversários foram pela ordem: Club Social de Deportes Rangers, O’Higgins Fútbol Club, Club Deportivo Palestino, Club Deportivo Thomas Bata, Club Deportivo San Luis e Club Deportivo Ferrobadminton.

10.04.55 – Rangers 1 x 1 Guarani
13.04.55 – O’Higgins 1 x 4 Guarani
17.04.55 – Palestino 2 x 0 Guarani
20.04.55 – Bata 2 x 1 Guarani
23.04.55 – San Luis 0 x 2 Guarani
24.04.55 – Ferrobadminton 2 x 3 Guarani

O Guarani estreia com um bom empate contra o Rangers, de Talca por 1 a 1, sendo que a primeira fase terminou sem abertura de contagem. Na segunda fase o Rangers sai na frente logo aos 3 minutos por intermédio de Villalobos, Augusto empata para o Guarani aos 40 minutos. A renda foi 261.560 pesos.
Os quadros foram:
RANGERS – Velez; José Campos e Ferri; Romero, Ricco e Ramon; Gâeti (Rosales), Gasteris, Rosales (Villalobos), Gutierrez e Perez.
GUARANI – Paulo; Valdir e Palante; James, Dalmo e Henrique, Dido, Villalobos, Augusto, Piolim (Portinho) e Ismar.

A segunda exibição do Guarani foi contra o O’Higgins de Rancagua, onde o Guarani comandou inteiramente o prélio, vencendo por 4 a 1. No primeiro tempo 2 a 0 para o Guarani, gols de Ismar aos 15 e Dido aos 38. No período final, Villalobos marcou aos 41, Castro para o O’Higgins aos 42 e Augusto deu números finais à partida marcando aos 44 minutos.

A terceira partida do Guarani em terras Chilenas foi contra a forte equipe do Palestino em Santiago, onde o Guarani não se apresentou bem e foi derrotado por 2 a 0, derrota que de forma nenhuma diminuiu o prestigio do Guarani e não foi motivo para abatimento do time.

Contra o Bata em Peñaflor, uma comuna da Província de Talagante, na Região Metropolitana de Santiago em um jogo-treino o Guarani foi derrotado por 2 a 1, porém jogou bastante desfalcado, pois vários de seus jogadores apresentavam ligeiras contusões.

O jogo seguinte foi na cidade de Quillota contra o San Luis com vitória do Guarani por 2 a 0 com gols de Villalobos e Augusto.

Contra o Ferrobadminton um novo triunfo do Guarani dessa vez por 3 a 2, Lamas abriu o placar aos 17 minutos para os locais, Villalobos empatou aos 35 terminando a primeira fase em 1 a 1. Na segunda fase aos 4 minutos Villalobos faz o 2.o do Guarani, aos 7 minutos foi à vez de Augusto ampliar, o Ferrobadminton depois de uma série de ataques diminui com Fontio aos 34’ e assim termina o jogo com vitória do Guarani.
Os Quadros foram os seguintes:
FERROBADMINTON: Colomas; Carmona e Diaz; Puerta, Ramos e Rioz; Homos, Lamas, Guevara, Fontio e Rivana.
GUARANI: Paulo; Waldir e Palante; James, Godê e Dalmo; Dido, Villalobos (Fifi), Augusto, Piolim e Ismar.
Árbitro: Donor Morales. 

Matéria sobre a Excursão do Guarani ao Chile - A Gazeta Esportiva (SP) - 29.04.1955



Ismar e Portinho em entrevista - A Gazeta Esportiva (SP) 13.05.1955


Entrevista com Ismar e Portinho.
Ismar contou que foi sua primeira viagem a um país estrangeiro numa excursão de um clube de futebol e ficou bastante entusiasmado, no seu parecer a melhor partida do Bugre foi a da estreia diante do Rangers no empate em 1 a 1, pois o adversário praticava um jogo de muita velocidade e tinha um bom conjunto, quanto à derrota no jogo-treino, ante o Bata diz que o time não se empenhou a fundo procurando se poupar primeiro por ser um jogo treino e depois pelos jogos de grande responsabilidade que vinham pela frente. Quanto ao futebol Chileno disse que eles praticavam um futebol pesado e violento e que o quadro do Palestino é um dos mais poderosos do Chile e que a base da equipe é de elementos integrantes da Seleção Argentina, com destaque a ala direita formada por Perez e Coli.
Portinho contou que em sua opinião a melhor exibição do Guarani foi diante do O’Higgins e que o jogo mais difícil foi contra o Palestino um respeitável esquadrão, disse que o futebol Chileno tem grandes equipes, mas não pode ser comparado ao futebol praticado pelos brasileiros.

Fonte: Jornal A Gazeta Esportiva de São Paulo.


Moisés Cunha        
     


terça-feira, 7 de abril de 2020

O Acesso do Guarani em 1949

"Time do Guarani campeão do Acesso de 1949"

Essa matéria traz o capitulo "O Acesso" que é parte integrante do livro Guarani F. C.: Breve história de Moisés Cunha.
"O Acesso"
         Em 1947 o presidente da Federação Paulista de Futebol, o senhor Roberto Gomes Pedrosa, obrigou a profissionalização das equipes do interior e o "Guarani Futebol Clube" foi um dos pioneiros do futebol profissional do interior, em 18 de maio de 1947 tem início o "I Campeonato de Profissionais do Interior", com 14 equipes participantes, sendo campeão o E. C. XV de Novembro (de Piracicaba).  
         Em 17 de janeiro de 1948 é criada a "Lei do Acesso" e o Campeonato de Profissionais do Interior passa a se chamar "2ª Divisão de Profissionais", a partir dai o clube campeão da 2ª Divisão de Profissionais teria direito a ingressar na 1ª Divisão do ano seguinte. O Campeonato Paulista da 2ª Divisão de Profissionais de 1948 contou com 42 clubes, divididos em 3 séries de 14 times, os Campeões de cada Série se enfrentariam na fase final, o Guarani ficou em 2° lugar na Série Preta atrás apenas do XV de Novembro, que acabou sendo o Campeão, sendo o 1° clube do interior a chegar a 1ª Divisão, nesse ano o Guarani foi o clube que mais arrecadou na competição e teve o artilheiro da Série Preta, Zuza com 26 gols.
         O Campeonato da 2ª Divisão de Profissionais de 1949, contou com 47 clubes mais o Amparo Atlético Clube que desistiu da competição, divididos em 4 grupos ou séries: a Série Branca (da Mogiana) com 11 times, a Série Vermelha (da Paulista) com 13 times, a Série Preta (da Noroeste) com 11 times e a Série Ouro (da Araraquarense) com 12 times, que na 1ª fase jogavam entre si em turno e returno dentro do grupo e na final da 1ª fase o 1° colocado se classificava para a Fase Final, conhecida como “Torneio da Morte” onde os 4 times jogavam entre si em turno e returno, e apenas o 1° colocado conquistava o acesso para a 1ª Divisão de Profissionais.
         O Guarani estava na "Série Vermelha" ao lado de Mogiana e Ponte Preta de Campinas, Paulista F. C. e São João de Jundiaí, Bragantino, Corinthians F. C. de Sto André, C. A.  Piracicabano, Portofelicense, Rio Branco de Americana, São Caetano E. C., Taubaté e Votorantim.

Jogos do Guarani na Série Vermelha:

1° Turno
2° Turno
Guarani 8 x 0 Corinthians
Guarani 8 x 0 Paulista
São Caetano 0 x 3 Guarani
Portofelicense 1 x 3 Guarani
Guarani 4 x 0 Portofelicense
Guarani 2 x 0 Rio Branco
Paulista 2 x 3 Guarani
Piracicabano 0 x 3 Guarani
Guarani 3 x 0 Piracicabano
Guarani 4 x 2 Votorantim
Votorantim 0 x 1 Guarani
Ponte Preta 0 x 1 Guarani
Guarani 2 x 0 Ponte Preta
Guarani 6 x 0 São Caetano
Taubaté 3 x 2 Guarani
Bragantino 0 x 1 Guarani
Guarani 1 x 1 Bragantino
Guarani 3 x 0 Mogiana
Guarani 5 x 3 São João
Guarani 2 x 0 Taubaté
Mogiana 3 x 0 Guarani
São João 2 x 2 Guarani
Rio Branco 0 x 1 Guarani
Corinthians 2 x 1 Guarani


        O Guarani foi o vencedor da "Série Vermelha" classificando-se para a quadrangular final ao lado de Uchõa (Série da Araraquarense), Linense (Série da Noroeste) e Batatais (Série da Mogiana). Após uma vitória, dois empates e uma derrota, na 5ª partida o Guarani estava perdendo para o Uchõa fora de casa, tudo parecia perdido, é quando o Guarani vira o jogo, vencendo no último minuto da partida, mesmo assim o time teria que vencer o Batatais em Campinas, no velho Estádio da Rua Barão Geraldo de Rezende, para forçar um jogo-extra, resultado, o Guarani vence de goleada 5 a 0. A decisão é marcada para um campo neutro, o estádio do C. A. Juventus, na Rua Javari, em São Paulo. O Batatais sai na frente e o Bugre empata (Zico, aos 3 min. do 2° tempo), aos 36 min. da etapa final, o 2° gol alviverde e a revolta do Batatais, alegando que Godê havia conduzido a bola com a mão no início da jogada que originou o 2° gol bugrino, marcado por Dorival, final Guarani 2 x 1 Batatais, o Guarani conquista o título da 2ª Divisão e o direito de disputar a 1ª Divisão do Futebol Paulista.

Jogos do Guarani na fase final

Torneio dos Campeões:

19/12/49 Guarani 2 X 0 Uchõa
08/01/50 Batatais 1 X 1 Guarani
15/01/50 Guarani 2 X 2 Linense
22/01/50 Linense 3 X 1 Guarani
29/01/50 Uchõa 4 X 5 Guarani
05/02/50 Guarani 5 X 0 Batatais

Jogo Extra:
12/02/50 Guarani 2 x 1 Batatais
Ficha Técnica:
12/fevereiro/50
Guarani 2 x 1 Batatais
Local: Rua Javari; Juiz: Mr. Sunderland
Renda: Cr$ 2.054.527,00
Gols: Américo Salomão 19 do 1
° tempo
Zico 3 e Dorival 34 do 2
° tempo
Guarani: Arlindo; Orestes e Grita; Godê, Luis de Almeida, Alcides; Dorival, Piolim, China, Chiquinho e Zico.
Batatais: Rafael; Pixo e Stacis; Toreto, Goiano e Itamar; Dido, Américo, Tonho Rosa, Luis Rosa e Lombardini.

Campanha no Campeonato: Jogos: 31, Vitórias: 23 (13 em casa , 9 fora e 1 neutro), Empates: 4 (2 em casa e 2 fora), Derrotas: 4 (4 fora), Gols Pró: 87 (57 em casa, 28 fora e 2 neutro), Gols Contra: 30 (8 em casa, 21 fora e 1 neutro), Saldo: 57.


Moisés Cunha