quarta-feira, 13 de junho de 2018

A Memória do Futebol em São Paulo - C. A. Paulistano





CENTRO PRÓ-MEMÓRIA CLUB ATHLETICO PAULISTANO

O Centro Pró-Memória é responsável pela preservação e perpetuação da história do Clube, por meio do material arquivado em suas dependências.
Também responde pela organização e as ações referentes às obras de arte do Clube, como a compra, doação (recebimento), manuseio, ocorrência e restauração.
O resgate de detalhes da história é continuamente aprimorado com os resultados das pesquisas. Tal processo amplia progressivamente o material disponível para consulta, possibilitando o atendimento da maior parte das solicitações que chegam ao serviço.

Contato
(11) 3065-2057
cultural.museu@paulistano.org.br
Horário: segunda a sexta-feira, 8h30 às 18h
Localização: Rua Honduras, 1400 - Jd América - São Paulo -SP
4º andar do prédio novo
CEP 01428-900


terça-feira, 12 de junho de 2018

Zé Carlos o Ponto de Equilíbrio.


A experiência vale demais. Foto: José Pinto.



Texto adaptado da Revista Placar nº 433 de 11 de agosto de 1978 escrito por Sérgio Martins.

Ponto de Equilíbrio

Num Guarani fogoso e inexperiente, Zé Carlos, 33 anos, é o chamado ponto de equilíbrio. Os seus pés parecem atrair as atenções da bola e dos companheiros, é ele quem triangula as ações do meio-campo, funcionando como um legítimo centromédio. E, quando alguém desgarra e pega a reta, abrindo um vazio na retaguarda, é o veterano Zé que cuida de corrigir o erro. Como um irmão mais velho.

Zé Carlos parece um artista que domina de maneira absoluta a sua arte, depurando-a completamente e atingindo uma simplicidade de gênio, Contra o Vasco, na partida em Campinas, por exemplo, em nenhum lance deu mais de dois toques na bola. Mas jamais deu um só passe que pudesse ser rotulado de burocrático, tocava curto, mas sempre para o lado certo, para o companheiro em melhor condição de iniciar o contra-ataque. Com colocação perfeita a bola constantemente acabava em seus pés.

No Guarani, Zé Carlos é volante, sem ser cabeça-de-área. Um espécie raro no atual futebol brasileiro. Quase um centromédio à antiga – vértice da maioria das triangulações feitas.

- Aqui, no Guarani, jogamos com mais passes longos e mais rápidos que no Cruzeiro. Pra mim, tocar curtinho é mais bonito, é melhor, por estar dentro das minhas características. Porém não posso querer jogar assim, se não é o melhor para o time.

- Aqui no Guarani o volante não tem obrigação de ficar fixo na frente de sua área, protegendo os zagueiros. As ordens que eu tenho são no sentido de marcar em cima o ponta-de-lança adversário, Quer dizer se ele jogar recuado, eu avanço, Se ele cair pelas pontas, normalmente vou junto. Mas tudo isso quando o time dele está com a bola. Quando a bola está com o nosso time, tenho liberdade para avançar.

No final do ano passado, quando o Guarani comprou seu passe, não foram poucos os que criticaram a transação. Afinal, o Guarani acabara de vender Flamarion, um menino, e colocava em seu lugar um jogador de 33 anos, em fim de carreira. Agora, ninguém mais é capaz de fazer esse tipo de crítica.

- Ganhei passe livre do Cruzeiro, por força da lei, e não queria continuar mais no clube, Estava lá desde 65 e achei que era hora de mudar de ares.

O Guarani mostrou-se interessado. Conversaram e Zé Carlos vendeu seu passe por 800 mil – um preço que seria, no mínimo, o dobro, se a transação fosse feita de clube para clube.

Zé Carlos começou sua carreira como ponta-direita em times de várzea de Juiz de Fora. Quando foi para o Esporte daquela cidade, o técnico do juvenil – sargento Fonseca – deslocou-o para a meia-direita por achar que lhe faltava velocidade para ser um bom ponteiro.

- Essa foi a grande influência que sofri na minha carreira. Acho que se tivesse continuado a jogar na ponta não iria mesmo longe.

- Gostava de ver o Djalma Santos jogar, foi vendo ele que aprendi alguma coisa. Era um cara que não corria atrás do ponta. Corria era para o lugar por onde o ponta teria que passar. Quer dizer, pegava o cara na curva, criando atalhos dentro do campo.

- Antigamente havia muita criação, o futebol atual exige que você corra o campo todo, marque o adversário sem trégua. O futebol mudou. Eu tenho que acompanhar a evolução para não ficar parado.

- Esses garotos novos do Guarani, cheios de entusiasmo, estão me fazendo bem. Eu quero acompanhar isso.

Por Sérgio Martins

sexta-feira, 1 de junho de 2018

O Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada (em 1904).





REVISTA DA SEMANA - 10/09/1905


Futebol no Rio de Janeiro

“O Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada”, assim dizia Nelson Rodrigues e ele de certo modo estava certo pois o Flamengo fundou seu Departamento de Esportes Terrestres e começou a praticar oficialmente o futebol em 1911 e o primeiro Fla-Flu começou em 7 de julho de 1912, porem uma informação encontrada na “Revista da Semana” do Rio de Janeiro de 10 de setembro de 1905 onde consta que no ano anterior (1904) vários clubes foram fundados para a prática do futebol e entre eles os teams do C. R. Flamengo e Boqueirão do Passeio, clubes que de acordo a história só começaram a praticar futebol anos mais tarde.

Primeiramente foi encontrado um jogo do Club de Regatas Boqueirão do Passeio contra o Foot-Ball and Athletic Club publicado na mesma “Revista da Semana”, em 26 de fevereiro de 1905, procurando um pouco mais, foi encontrado um jogo do C. R. Flamengo, o ano 1904, e a surpresa, o jogo um Fla-Flu, no mesmo dia em que o 1.o time do Fluminense enfrentava o Sport Club Germânia-SP no seu primeiro jogo de sua excursão pela capital paulista, 4 de setembro de 1904, no Rio de Janeiro, no campo do Paysándu Cricket Club, às 4 horas da tarde, o 2º time ou 3º do Fluminense Foot-Ball Club enfrentava um time do C. R. Flamengo em um amistoso, notícia que saiu em vários dos principais jornais do Rio de Janeiro, que publicaram escalações e o resultado, um empate em 2 a 2.

Fontes: Gazeta de Notícias, A Noticia, O Paiz, Jornal do Brasil e Jornal do Commercio.


A NOTICIA (RJ) - 03-04/09/1904